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segunda-feira, 17 de maio de 2021

terça-feira, 26 de maio de 2020

JULIA


E se eu pudesse agora receber, teus abraços?
Sentindo o calor e o aconchego de seu amor...
O olhar incomum e a proteção de seus braços.

E se eu pudesse agora, te olhar nos olhos?
Te dizer coisas que nunca disse.
Reconhecer tudo que fez por mim.
Áh! Se eu pudesse, repetir minhas decoradas frases.

Te amo mãe!
Sua benção, minha mãe!
Logo volto!
Faz um bolo!
Vou casar!
Não, foi eu!

Pois é!

Talvez, eu não consiga mais.
Mas, de onde estiver, sabes do meu amor.
Do quanto, te respeito.
Do quanto, me inspirei em ti.

Então fica combinado, dona Julia.
Eu aqui, e você ai.
Mas, sempre juntos, em sangue e em sentimentos.




quarta-feira, 29 de abril de 2020

MITO

Por onde andas? Óh! Covarde ser.
Apoiou-se no ouro.
Sustentou-se na prata.
Sucumbiu-se a lata.

Imprima-me o seu poder.
Sua fama.
O seu ter.

Trancou-se em sua prepotência.
Fechou-se em sua arrogância.
Afastou-se em sua soberba abundância.

Não abraças mais?
Não te rodeiam, nem te veneram?

Por onde andas? Óh! Covarde ser.

O abraço da mãe. Nem se lembra mais.
O respeito do pai. Ficou para trás.
Respeito do filho! Que filho?

Onde se escondeu? Óh! Covarde ser?

No armário, da sua própria existência?
Lá já estavas, fingindo ser, sem ser.
E, saiu!
Saiu expondo suas mágoas, seus medos, seus preconceitos.

             individualista, bairrista
             prepotente, racista
             homofóbico, armamentista

O inimigo é invisível, desconhecido e infalível.
O isolamento assusta, a solidão consome.
Provaste, ser um nada.
...nada mais que um homem!






sexta-feira, 30 de agosto de 2019

AO REDOR, IMPOSTO

Foi culpa dos olhos teus.
Ainda mais culpado, foi seu sorriso.
Sua gargalhada espontânea, cheia de vida.
Culpo seu falar, seu agir, seu ser.
Um ser cheio de culpas, de culpas por ser assim.
Tão Você.
E se não bastassem tantas ofensas, contra minha ingênua
forma de amar, ainda existem os insanos detalhes que ligam
você de um ponto ao outro, dentro de mim.
… e se um dia, fores julgada, sim! Serás condenada
por me prender em ti de forma tão insana e doentia.
Quando olhas ao longe, sei o que busca. Quando ouve,
sente, arrepia. Inundam os olhos. Cala-se a voz, apega-se
ao suspiro. Sei! E como sei!
Assim, cala-se um sonho, talvez, ao redor imposto. Mas segue o vento
que sugere a brisa, brisa que insiste afagar a dor, por mais

impossível que seja o amor...




sábado, 13 de abril de 2019

AFASTA DE MIM ESTE CÁRCERE


Portugal, junho 2019
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Lá fora uma chuva fina e fria insiste em não cessar. De dentro de sua caverna, isolado e escondido de seu mundo, ele convive apenas com seus medos e seus fantasmas. Optou por fugir do sol, pois, se recorda do tempo em que embrulhou a ardente estrela para dar de presente a alguém. Brigou com a lua, pois, seus reflexos expunham as imagens ocultas em sua mente de vielas e becos escuros e proibidos. Da chuva tornou-se opositor, pois, a fria e líquida menção o privou de sonhos e desejos. Nunca choveu em sua realidade, apenas gotejou de seus olhos uma goteira solitária e quente. Silenciou-se, pois, suas palavras foram confundidas e o som de sua vos não continha expressão ou argumentos que impusesse a força das batidas de seu coração. Há! O seu coração. Optou por calar-se, entristeceu-se ao saber que valores são o ter, o ser o poder, e não o amar. Apagou as imagens rupestres desenhadas na parede sua caverna, pois, elas só lhe mostravam o quanto a quem te inspirou navega por correntes opostas. Faz o que jurava não fazer, vai onde dizia não ir, sorri pra quem não sorria, se mostra ser o que tanto se esforçou não ser. Excluiu o álbum das recordações, pois, as imagens um dia a ti, dedicadas agora se expõe ao mundo em uma rede de falsos valores. Evita nas paredes seus afrescos e aquarelas, pois, lá se expõem sorrisos que juraram ser provocados por ti. Desfez o caminho que costumeiramente o levava de sua caverna aos lagos, rios, noites, e encontros, pois, cada curva, cada arvore, cada pé de flor ao lado do mourão da porteira demonstra quanto seus singelos atos, eram realmente singelos, com valores singelos. Silenciou o canto dos pássaros orvalhados aos pés da alvorada, pois, eram pássaros de cetim, de penas importadas enquanto sua alegria se fazia de um pobre arlequim. Seus abraços sim, foram fortes e acolhedores, mas não o suficiente para prender seus sonhos, seus desejos. O seu cultuar como se cultua o teto da Cistina, não surtiu efeito como aos olhos dos especialistas em arte romana. Deuses, deusas, afetos, afagos. Em vão… — Escuso no canto escuro de sua caverna repousa, ofuscado pelo acaso, ofuscado pelo desproposito dos sentimentos. 


Culpado! 


Esse é o veredicto. Pois, errou. Errou ao praticar o que prega. Errou ao discursar e agir como tal. Mas na escuridão de seu cárcere, longe das imagens expostas na parede de sua vida, será absolvido.


Livre, enfim! 


Talvez não hoje, nem manhã, mas naquela tarde em que palavras, valores, sentimentos e vida caminharem rumo ao mesmo caminho. Um único cainho. O caminho da liberdade para amar.

quarta-feira, 20 de março de 2019

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

EU





eu

... rsrsrsrs, ouço Milton, Chico, U2, Titãs e Boldrin. Ainda gosto de ler, sou fiel as minhas raízes, aos meus amigos. Não tenho assistido muito as TVs abertas, nem tenho permitido que o Bonner me convença. Se sou caipira? Com certeza! Não sou anti social, talvez eu seja anti alguns costumes, anti alguns modismos, anti algumas pessoas. Sim! Ainda sou daqueles que se emocionam, choram e falam sozinhos. Já li Dom Quixote e tomei Kisuco. Tenho fé, acredito na democracia e no lado bom das pessoas. rsrsrsrs, não se assuste, pode não parecer, mas sou normal...



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

GESTOS



Alguns gestos fazem do homem a sua constituição de vida e princípios. Alguns gestos, por mais simples que pareçam ser, fazem de uma pessoa aquilo que ela pode ter de melhor. Quando despercebidamente você saca a rolha de uma garrafa de vinho, a sua intenção de imediato talvez seja apenas saborear aquela bebida. Em sua concepção, não importa se é um verdadeiro chatô, ou um simples e popular sangue de boi. Porem, ao notar o líquido escorrendo da garrafa e inundando a sua taça, inúmeros pensamentos escorrem de você transbordando sua vida, repleto de questionamentos, de suposições, medos, inseguranças, decepções e incertezas. Os gestos simplórios do dia-a-dia como um “bom dia” verdadeiro, um “oi” real e sem máscaras, constituem o seu ser. Um abraço recebido por quem ama, ou por uma criança assustada nunca deixará de ser um abraço, contido de segurança, afeto e carinho. Um olhar que atinja a alma, dizendo tudo sem uma única palavra expõem a sua vida, expõem oque você realmente é. As máscaras caem, a busca incessante de provar oque não é, traz ao homem o seu vazio intimo, aquele vazio que só ele e Deus sabem o quanto o intimida. O vazio da hora em que a face toca o travesseiro, o vazio contido nas palavras e nos elogios baratos e falsos vindo dos herdeiros da hipocrisia. O vazio do abraço sem calor, que o homem usa apenas para saciar a carência física como a carência do último cigarro da última carteira. O sorriso surge, a falsa sensação de felicidade toma contra embriagada pela cerveja da moda. Pela roupa da “vitrine” imposta, pela última aquisição cara porem fútil ou pelo balanço do ultimo hite musical midiático e medíocre. O sorriso estampa sua solidão, demonstra o seu vazio, porem frustra seus seguidores, pois, seus gestos falam mais que suas palavras. Suas atitudes expõem sua essência desmontando sua maquiagem revelando quem você realmente é. É a hora em que a taça do vinho é inundada. É o momento da verdade, suas mão tremulas mal sustentam o peso da garrafa, mas você está ali, firme, falso e forte. É a hora em que o homem vende a alma, por míseros 1,99. O momento em que nada do que há de conteúdo dentro de você ou as pessoas acreditam que você tenha ou seja, é jogado no lixo como um cotonete usado. Você até tenta, as vezes até aquela silenciosa lagrima insiste em surgir, e de repente você pode ser tomado por profundidade de valores, sentimentos e sinceridade. Ou simplesmente ser tomado pelo o que há de mais inútil na vida humana, “a vazies”. Mas aí vem a euforia, o sorriso, o riso ou a risada. Sorri é bom, sorrir de tudo é carência. Carência de vida, carência de si, carência de verdades.
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Ler, eis a diferença.