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terça-feira, 12 de abril de 2011

O RETORNO DOS TRAPALHÕES "sinópse"


Vale do Sorriso Aberto, assim era chamada a pequena vila cravada entre montanhas num vale florido repleto de animais, flores e muita paz. Um verdadeiro paraíso.
O lugar ficava bem distante da civilização, ali apenas as pessoas de paz, amor e de boas intenções conseguiam chegar. O Vale do Sorriso Aberto era uma espécie de cidade dos sonhos, pois era dali daquele lindo lugar que a felicidade se refletia para todo o mundo. Era ali naquela pequenina viela que se fabricava a tão buscada e sonhada felicidade. E quando falo de fabricar felicidade é porque o povo daquele lugar trabalhava como verdadeiros operários construindo motivos de felicidades e encaminhando àquelas pessoas que eles acreditavam merecer a felicidade. A felicidade por rever um filho distante, a felicidade de passar no vestibular, a felicidade de reencontrar um velho amigo, a felicidade das coisas simples da vida. E a receita era simples, bastava adicionar num frasco, doses certas de paz, amor e simplicidade para o antídoto estar pronto. Assim que a receita ficava pronta, era embalada em lindas caixas de presente e encaminhadas para todo o mundo endereçadas àquelas pessoas que mereciam ser felizes.
Porem naqueles dias, o mundo passava por um período conturbado, guerras, falsidades, traições, ambições, faziam com que a pequena Vale do Sorriso trabalhasse milhares de vezes a mais e mesmo assim não conseguia suprir toda a necessidade do homem moderno.
E para piorar ainda mais as coisas, o temido e macabro vilão rei do mal humor o, Palhaço Mazelas, havia invadido a cidade e roubado a torneira de barro que irrigava a vila com as doses necessárias para produzir a formula da felicidade. Mazelas havia sido no passado um palhaço de circo, e por ter fracassado, pois nunca havia arrancado um só sorriso se quer de uma criança, preferiu aderir ao mundo perverso do mal humor, aterrorizando toda a terra. E naquele dia havia dado o seu golpe maior. Com o roubo da torneira de barro, O Vale do Sorriso Aberto não poderia produzir o antídoto da felicidade e o mundo tornava-se ainda mais triste e repleto de mal humor.
A pequena cidade tinha como grande líder, o velho conselheiro Nono, uma espécie de exemplo para toda a população daquele povoado. Numa tarde triste em que todos estavam desolados, sem saber oque fazer para recuperar a torneira da felicidade, Nono conversava com uma de suas queridas crianças, e pra ela confessava a única chance de salvar a felicidade do mundo.
Dizia ele, que a anos atrás existiu um grupo de amigos que com suas palhaçadas faziam todo mundo sorrir. Porem o destino tornou-se trágico e levou dois destes grandes amigos. O grupo se desfez diante tantas insensatez do próprio homem, e para finalizar Nono disse que somente a união destes quatro amigos poderia trazer de volta a felicidade ao mundo. Somente eles, Didi, Dede, Mussum e Zacarias teriam a força de encontrar, resgatar e devolver a torneira da felicidade ao Vale do Sorriso Aberto.
Mas como reunir estes velhos amigos, se dois deles haviam partido para uma outra vida. Pois esta seria a missão daquele menino. Ir ao encontro dos dois que ainda vivíam, convence-los de aceitar formar novamente o quarteto. E com a ajuda do velho Nono eles encontrariam a resposta de como chegar aos outros dois que já não estavam mais entre eles.
Assim o menino sentindo-se honrado por receber missão tão importante partiu para o Rio de janeiro onde encontraria o velho e bom humorista Renato Aragão. E foi assim, no Rio de Janeiro Renato havia formado um outro grupo e ainda trabalhava em uma emissora de televisão carioca. Dedé, por sua vez depois de um longo inverno sem nos brindar com sua sensibilidade humorística havia se unido a Beto Carreiro e também comandava um grupo, este em Santa Catarina.
Convence-los de tal façanha não foi fácil, no inicio um certo receio, na verdade medo, medo de viverem emoções que ainda não conheciam. Mas os dois grandes humoristas, levados pela façanha do reencontro e motivados pelo objetivo de trazer de volta a alegria ao mundo aceitam a missão. Mas ainda não sabiam como o Mussa e o Zaca fariam parte de tudo isto. Pois era simples, o velho Nono tinha suas ligações com anjos de outros mundos e através deles conseguiu enviar aos céus, o menino, Didi e Dede, para encontrarem-se com Mussa e Zaca, e tentar convence-los a voltar, formar novamente o grupo e salvar o mundo.
E assim aconteceu, o reencontro foi lindo, todo mundo chorou, abraços, lagrimas, e muita brincadeira, Mussum era o mesmo, mesmo no céu estava reunido numa roda de samba, com um pandeiro e seu sorriso inconfundível, tendo como compobente de sua banda, São Benedito. O Zaca estava em um outro plano, um lugar repleto de crianças onde o inesquecível trapalhão contava estórias para a meninada.
E aceitaram!
E em frações de segundos, o grupo estava refeito, de volta a terra, agora eles precisavam encontrar o palhaço Mazelas, vence-lo e trazer de volta ao Vale do Sorriso Aberto a felicidade.
A palhaçada estava de volta, as aventuras e as emoções tomaram conta de todo o país e mais uma vez eles venceram, derrotaram o Mazelas e trouxeram de volta a felicidade ao mundo.
Mas como tudo que é bom termina, o fim chegou novamente, no momento da despedida novas emoções.
Mussum fica descobre que o menino é seu filho, Zaca reencontra familiares que não havia conhecido, mas a emoção maior ficou por conta do abraço final, onde os quatro amigos se despedem mais uma vez.

PAULO BOSSA E O KM 106

Paulo Bossa era um caminhoneiro fiel. Não perdia uma só viagem.
Casado com Laide, italiana falastrona, que vivia a tagarélar pela casa.
Toda vez que Paula se preparava para viajar, na despedida era sempre as mesmas recomendações:
___ Seu Paulo, vá com Deus, faça uma boa viagem, mas não se esqueça. Se usar este pinto veio eu corto e jogo pro leão. Leão era um pastor alemão que a família criava no fundo do quintal.
Paulo seguia viagem, sempre com a imagem das palavras de Laide nos pensamentos.
Ao sair da cidade de Cornélio Procópio, onde moravam, entrou a BR 369 e quando passava pelo Km 106, uma surpresa.
Um carro preto parado a margem da rodovia aparentemente quebrado, pois estava com o capô aberto. Ao se aproximar Paulo notou que uma estonteante japonesa tentava inutilmente resolver o problema. Paulo até pensou em passar direto, pois a rodovia é pedagiada, mas seria desumano, e a beleza da japonesa o intrigava. Estacionou seu possante, aproximou-se e perguntou:
___ Posso ajudar moça?
___ Claro senhor! Não entendo nada de mecânica.
Paulo tremeu as pernas, a japonesa era algo alem da beleza, a perfeição oriental em pessoa. Meio gago de pernas bambas tentou resolver o problema mas foi inútil. Os olhares de Paulo percorriam o decote a japonesa, as curvas eram estonteante, mas a frase de Laide não saída do pensamento, “corto e jogo para o leão”.
Então vendo que não conseguiria arrumar Paulo sugeriu guinchar com seu caminhão até a cidade de Jataizinho, em uma oficina.
E assim foi. No percurso o dialogo fluiu, e entre uma cantada e os pensamentos nas frases de Laide o clima entre os dois pintou.
Paulo Pensava:
___ E se a Laide souber? Mas ela não esta vendo. Oque os olhos não vêem o coração não sente.
Então seja oque Deus quiser. Paulo deixou o carro da japonesa em uma oficina e rumaram-se para um local onde passaram a noite.
Na manhã seguinte a japonesa pediu para Pulo deixa-la em casa. E assim fez Paulo.
Entrou com seu caminhão na cidade de Jataizinho, e bem de frente ao cemitério a japonesa pediu para parar.
___ Você mora aqui? Perguntou Paulo meio confuso.
___ Sim. Já faz três anos.
___ E você não tem medo?
___ Antes de morrer tinha, hoje não.
Foi quando descobriu que a linda japonesa havia morrido a três meses em um acidente de transito no km 106 da BR 369.

E tenho dito...

terça-feira, 5 de abril de 2011

A LABUTA "poema"



Rasga-se o véu da madrugada,
desvirginando a manhã cabocla do sertão.
Rasga-se a escuridão enluarada, parindo o dia
entre prosa e canção.

Sereno que encharca nossas almas, brisa
que acalenta nosso ser, fumaça do fogão a lenha,
já tem café quente pro caboclo bebe.

Calou-se o grilo estridente, o coaxar do sapo se foi,
anunciou a manhã cabocla o galo preto e o boi.

Lima nova no afiar da enxada, cabo de peroba do bão,
ceifar a terra de Deus, semente amante do chão.
Calos que esculpem a mão, palheiro arrochado e o binga
queimando o fumo peão.

Engole seco a poeira, limpa o suor da testa com a mão.
Momento já é meio dia, marmita, ovo, serraia e feijão.
O sol esquenta o moleira, a formiga cutuca o dedão.

É hora da Ave Maria joelho dobrado no chão.

Gilberto Julia

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Londrina, Norte, Brazil
Ler, eis a diferença.