Paulo Bossa era um caminhoneiro fiel. Não perdia uma só viagem.
Casado com Laide, italiana falastrona, que vivia a tagarélar pela casa.
Toda vez que Paula se preparava para viajar, na despedida era sempre as mesmas recomendações:
___ Seu Paulo, vá com Deus, faça uma boa viagem, mas não se esqueça. Se usar este pinto veio eu corto e jogo pro leão. Leão era um pastor alemão que a família criava no fundo do quintal.
Paulo seguia viagem, sempre com a imagem das palavras de Laide nos pensamentos.
Ao sair da cidade de Cornélio Procópio, onde moravam, entrou a BR 369 e quando passava pelo Km 106, uma surpresa.
Um carro preto parado a margem da rodovia aparentemente quebrado, pois estava com o capô aberto. Ao se aproximar Paulo notou que uma estonteante japonesa tentava inutilmente resolver o problema. Paulo até pensou em passar direto, pois a rodovia é pedagiada, mas seria desumano, e a beleza da japonesa o intrigava. Estacionou seu possante, aproximou-se e perguntou:
___ Posso ajudar moça?
___ Claro senhor! Não entendo nada de mecânica.
Paulo tremeu as pernas, a japonesa era algo alem da beleza, a perfeição oriental em pessoa. Meio gago de pernas bambas tentou resolver o problema mas foi inútil. Os olhares de Paulo percorriam o decote a japonesa, as curvas eram estonteante, mas a frase de Laide não saída do pensamento, “corto e jogo para o leão”.
Então vendo que não conseguiria arrumar Paulo sugeriu guinchar com seu caminhão até a cidade de Jataizinho, em uma oficina.
E assim foi. No percurso o dialogo fluiu, e entre uma cantada e os pensamentos nas frases de Laide o clima entre os dois pintou.
Paulo Pensava:
___ E se a Laide souber? Mas ela não esta vendo. Oque os olhos não vêem o coração não sente.
Então seja oque Deus quiser. Paulo deixou o carro da japonesa em uma oficina e rumaram-se para um local onde passaram a noite.
Na manhã seguinte a japonesa pediu para Pulo deixa-la em casa. E assim fez Paulo.
Entrou com seu caminhão na cidade de Jataizinho, e bem de frente ao cemitério a japonesa pediu para parar.
___ Você mora aqui? Perguntou Paulo meio confuso.
___ Sim. Já faz três anos.
___ E você não tem medo?
___ Antes de morrer tinha, hoje não.
Foi quando descobriu que a linda japonesa havia morrido a três meses em um acidente de transito no km 106 da BR 369.
E tenho dito...
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