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domingo, 22 de julho de 2018

O OURO DE AFRODITE









Aos pés de Afrodite, um castelo.
Em seus cofres, o ouro.
A seus pés, homens e vidas.
Vidas plebeias, vidas compradas.

Ao seu redor, o poder.
O poder social, o poder do impor.
Em suas mãos, a decisão.
A decisão de rumos, de sonhos, de vidas.

Vidas ceifadas, vidas interrompidas.
Por  luxo.
Por capricho.
Por medo.

Medo da perda, da perda do ouro.
Medo da vaziez, da vaziez do cofre.
Sem cofre, não há poder, não há sorriso.
Não há olhar.

Não há cheiro.
Não há gosto.
Nem abraço.
Não haverá marcas,  nem no corpo, nem na alma.
Sem poder, não haverá saudade.

Não haverá abraços.

Sim! Não haverá abraços.

Mas nunca teve!
Mas teve ouro, ouro no cofre!

E ouro compra!

Compra vidas.
Compra amores.


Compra abraços...





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