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sábado, 12 de maio de 2012

A MORTE DO CANTADÔ

Atire a primeira pedra aquele que por mais descolado, moderno ou hitec, que não tenha ouvido falar de Chico Mulato, Cabocla Teresa ou Chico Mineiro. Atire a primeira pedra, aquele que por mais americanizado dos brasileiros que não tenha cantarolado, “ fizemu a urtima viagi”. Por mais evoluídos que possamos ser diante aos avanços tecnológicos globalizados, nossas raízes estão ligadas a uma origem cabocla e puramente caipira. Felizes os homens que evoluem em sua sabedoria, e mesmo que vivem sob os holofotes do mundo moderno, sabem dosar suas conquistas e suas origens. Assim podemos pontuar mais uma história de vida que se vai. A pouco perdemos um dos mais celebres artistas que este mundo já viu, com a morte de Chico Anysio, e hoje, dia 04 de maio de 2012, naquela curva, não há mais batucada, não há mais São João. Morreu Tinoco, finalizando uma honrosa e digna carreira de um dos mais importantes artistas caboclos deste país. País que teima em não olhar para traz. Pais que ainda insiste em não valorizar sua própria história. É triste ver o bom da cultura expostos em livros ofuscados pelo modismo. É triste ter que garimpar os canais de TV para encontrar programas que ainda valorizam o pouco doque sobrou de nossa boa arte. Vai lá Tinoco. Mostre aos céus o som de sua viola.

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